sexta-feira, 27 de maio de 2011

Desilusão

A métropole lhe fazia reescrever seus pensamentos,
tinha para si que tudo aquilo era apenas alvoroço 
de uma gente sem perspectiva, 
não via luz no fim do túnel, 
não via sequer luz. 
Apenas o túnel escuro, fétido, abafado, e sem fim, inexplorado.
Resolveu entrar para ver aonde ia, 
não chegou a lugar nenhum. 
Resolveu voltar.
Retornou a estaca zero.
Sua própria incompreensão, 
daquilo que lhe cercava.
Não se via dentro daquele universo de imensas construções, 
de um ensurdecedor e constante barulho que lhe emaranhava os pensamentos.
Sua aparência refletia sua insatisfação, 
seus atos já não mais tentavam resgatar as maneiras adequadas, 
segundo suas próprias convicções,
mas procuravam as formas mais expressivas que tinham suas experiências.
O amanhecer trazia aos seus olhos luzes, 
que desacostumados,
tardavam em perceber o reflexo que os lampejos do Sol lhe impunham
perante a obscuridão das enevoadas vistas.
Sentia-se sóbrio, 
como nunca, 
mas não conseguia exaltar sua capacidade,
tinha antes dela uma espécie de anteparo costumeiro,
aquele
vindo de olhares daqueles que não se deixam levar pela oportunidade de resgate de suas emoções. Remoía-se antes de se entregare
tinha motivo, 
a desilusão, antiga madame de companhia.   

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